A líquida racionalidade moderna recomenda mantos leves e condena as caixas de aço
Nos compromissos duradouros, a líquida razão moderna enxerga a opressão; no engajamento permanente percebe a dependência incapacitante. Essa razão nega direitos aos vínculos e limes, espaciais ou temporais. Ele não têm necessidade ou uso que possam ser justificados pela líquida racionalidade moderna dos consumidores. Vínculos e liames tornam “impuras” as relações humanas – como o fariam com qualquer ato de consumo que presuma a satisfação instantânea e, de modo semelhante, a instantânea obsolescência do objeto consumido. Os advogados de defesa das “relações impuras” teriam de se esforçar para tentar convencer os jurados e obter sua aprovação. Sigusch acredita que cedo ou tarde “os impulsos e desejos que escapam aos grilhões da racionalidade” retornarão – e trarão vingança. E quando o fizerem não seremos capazes de responder “sem recorrer ao uso de conceitos sobre instintos naturais e valores eternos corrompidos até a raiz, histórica e politicamente”. Se isso vier a ocorrer, como Sigusc