O Antagônico Ser de Viver

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Nos somos um enorme paradoxo. Somos o concreto e o abstrato vivendo na mesma pessoa. Hoje eu vi o filme do Cazuza e briguei com a minha namorada. Briguei com a minha namorada mas eu queria mesmo era brigar com o Cazuza. Que viveu como falou. E que grande perigo é falar. Na verdade briguei com a minha namorada porque ela se mostrou do lado dele e ele se mostrou do lado da dor, da frustração e da falta de sentido. É bem verdade que a dicotomia humana é bem clara na vida de Cazuza. Ele se mostra bestial mas ao mesmo tempo deixa transparecer um lado divino, celestial. Um lado de amor. Cazuza lutou a luta certa com as armas erradas. Aliais a grande crise nossa é o “sabemos-queremos” lutar, mas não “sabemos-queremos” com que armas. Não alcançamos a divina guerra. Que não é uma guerra santa. A forma de lutar define onde se quer chegar. Muito vigor pouco amor. No fundo no fundo Cazuza era eu. Que um dia cantava o amor e vivia o ódio. No fundo queria amar mas na beira só podia magoar. No fundo queria justiça mas só mostrava covardia. Quando alguém quer ser diferente esse alguém reconheceu quem é no outro. A nossa crise é conhecer o amor mas não saber viver. Somos monstros mas ao mesmo tempo somos arte. Somos a dor mas por vezes aparecemos alegria. A miséria do nosso coração aparece na riqueza da nossa escuridão. A vida continua e o tempo não para. Na caminhada da vida um dia vamos reconhecer quem somos. Cazuza reconheceu e o que ele percebeu nos outros ele se auto percebeu. A dor, a angustia, a miséria, o sofrimento, o pecado e o pior, a capacidade de não fazer nada. Essa é a maior mazela humana. Não poder fazer nada pela própria condição. Não sabemos, não queremos, não podemos. A minha piscina esta cheia de ratos, e eu não sei o que fazer. Existe um monstro em mim que não sabe amar. Embora tente ele só gera magoa. E essa magoa um dia era intenção de amor, por fim se torna dor. E acabamos por cair em um imenso deserto. A nossa magoa mata. A onde houver matador vai haver salvador. Quando não consigo mais agir preciso de um super herói. Mas alguns heróis morrem de over dose. Outros morrem na guerra outros morrem na paz. Logo já não são heróis, são banais. Já não acredito neles. O meu Herói esta vivo e um dia morreu pela única coisa que se pode morrer, por amor. Quem morre por amor nunca morre eterniza. Por que perdemos o gosto da vida? Por que perdemos a sensibilidade do sentir? Os nosso olhos já não enxergam mais. A nossa boca já não degusta mais. O nosso coração já não ama mais. Aquilo que era horror agora é ardor. Por que tanto alvoroço em cima de sangue. Por que tanta festa em cima da miséria. O meu herói é como uma criança. Ao ver terror logo chora. Ele não agüenta, ele não suporta. De tal forma que o faz lutar. E a sua guerra é se entregar. Os nossos corações já não sentem mais como o Dele, o nosso coração está em pedra. Os nossos olhos como vidro. E as nossas mãos como faca. Tomara Deus que a minha vida seja guerra. Guerra de não aceitar não se entregar por ninguém. Mas que antes, a minha guerra seja para que o Mundo conheça aquEle que simplesmente amou até o sangue, e foi, e é e sempre será O Verdadeiro Herói.

Por Coracy Coelho
segunda-feira, 21 de junho de 2004, 23:53:32

Comentários

Anônimo disse…
E aih Coracy!!! q chique o seu blog!!! Realmente, Cazuza foi o cara!! mas fez tanto q o fim veio mais rápido!!!! dah uma passada la no meu: andrediassis.weblogger.com.br!
Ateh domingo!!!

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